As tardes sem gripe são oferendas de deus. Sei-o sempre que essa raposa me ataca e soube-o hoje, mais uma vez. Não consigo deixar de pensar que não me importaria de me tornar ignorante se à custa disso pudesse ver-me livre desta manhosa.
Mas não. Por muito que odeie sentir um roseiral crescer na garganta, ou que o peso da fronte se assemelhe ao do mundo e me impeça de ler três frases seguidas sem que as pálpebras colapsem, não poderia ver-me como um verdadeiro curioso se a um estado transitório, como este, me permitisse ceder. Porque se é verdade que "ignorância é felicidade" (desconheço quem terá sido o autor desta máxima, mas sou sabedor de que o não fui eu), e disto não se duvide, tenho em crer que também o é a curiosidade. Talvez até uma felicidade maior, ainda que tal quantificação dependa do sentir de cada qual.
Assim sendo, e dentro do meu espirito apaixoando, renunciaria a mim se à curiosidade renunciasse primeiro. Que mais é a paixão senão um querer saber que mal se pode controlar!?
Agora vejo melhor.
As tardes na companhia da gripe, ainda que mal-amadas, são importantes. Fazem-nos dar às oferendas de deus o seu divino valor.
;)
P.S. - Amanhã, abre a época da caça à raposa em minha casa
terça-feira, 6 de abril de 2010
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